A MAGIA DOS PODCASTS

Descobri os podcasts  há  alguns anos, mas fui fisgada pela praticidade e envolvimento que eles provocam, somente no ano passado. É um delicioso companheiro para atividades automáticas como arrumar a cama, lavar a louça, e também para atividades físicas menos intensas. Durante a pandemia fui uma fiel consumidora de podcasts. Mas, no final de novembro me vi totalmente envolvida numa trama da vida real, contada pela equipe da Radio Novelo  , no podcast “Praia dos ossos” . Quem tem mais de 40 anos deve se lembrar do caso do assassinato da socialite mineira Ângela Diniz, por seu companheiro Doca Street. Mas a série é tão bem produzida, que recomendo muitíssimo, também pra quem não conhece o caso. A produção é impecável e nos leva a compreender  o difícil caminho da luta pelos direitos das mulheres e o inicio da campanha contra o feminicídio “Quem ama não mata”.   São oito episódios, no total.

Fiquei mais envolvida ainda, quando estava no quinto episódio. Isso aconteceu há cerca de 12 dias, quando fui surpreendida com a morte do protagonista Doca Street, que estava com 86 anos.  Prossegui  até o final , e lamentei quando acabou, exatamente com a mesma sensação de quando termino um livro bom.

Mas esse fenômeno de envolvimento com os podcasts não é privilegio meu. Em setembro desse ano, o portal Uol publicou uma extensa reportagem sobre o crescimento do consumo de podcasts em 2020  . O consumo de  podcasts durante a pandemia mais que dobrou em 2020 e em 2019 já havia  crescido 69% . E é um caminho sem volta.. A sensação de afeto e proximidade que o áudio traz aos nossos ouvidos é inigualável. Está no nosso DNA, é o primeiro sentido que desenvolvemos. Além disso, antes de interpretarmos o que ouvimos,  nossa memória e afeto já são ativadas.  Paralelamente, receber informação e entretenimento apenas auditivamente, em tempos de uso intensivo das telas,  é reconfortante.  Nossos olhos relaxam e permitem que nossos olhos internos desenhem livremente aquilo que estamos ouvindo ( explico melhor como isso acontece em crianças e adultos num dos episódios do meu canal de podcasts.

Para mim, o podcast não substitui os livros, mas me  permite receber conhecimento por uma porta que eu já usei muito, mas estava meio sem uso:  a audição.  As historias infantis, que hoje chegam às nossas crianças pela tela do celular, chegaram pra mim e para meus filhos antes da alfabetização,  por meio de disquinhos e fitas cassetes. O enredo vinha pelas palavras, a emoção pela trilha sonora e todo o cenário era desenhado pela nossa imaginação. Bons tempos…

Ouvir mais e melhor é um aprendizado gigantesco. Permite análise e reflexão.

Que os podcasts tenham vida longa e tragam magia à nossa vida!

E que   2021 nos inspire a ouvir e  pronunciar as palavras  certas para nossas melhores decisões

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