A situação aconteceu, de verdade, com muitas pessoas e talvez tenha acontecido com você, também. Você dá um presente especial a uma pessoa querida, que educadamente agradece com o tradicional: “Obrigada, não precisava se incomodar..eu adorei!” Você observa, porém, que a expressão facial contradiz as palavras. Você acreditaria nas palavras ou na expressão facial? Certamente você daria crédito ao seu “feeling” e concluiria que não agradou no presente. Mas de onde vem esse “feeling”?
Pois é…essa sua sensação vem de um canal de comunicação, do qual a gente não tem muita consciência, mas que tem um peso enorme, maior do que o das palavras. É o chamado canal de comunicação não verbal. Ele é responsável por todas as informações que chegam antes mesmo de começarmos a falar. Seus principais canais são a expressão facial, a corporal, os gestos e o vestuário. Já o canal de comunicação verbal é o responsável pelas palavras que escolhemos quando falamos. Quando há uma divergência entre as palavras e as expressões faciais ou corporais, como a que ocorreu no exemplo acima, nós optamos por acreditar no não-verbal.
Isso acontece porque a comunicação não verbal é mais primitiva. Ela não é aprendida. É natural, intuitiva e menos elaborada, por isso tem mais credibilidade. Já a comunicação verbal é mais elaborada, foi aprendida ao longo da vida e é mais passível de “manipulação”. Mehrabian & Perris (1967) avaliaram o impacto desses parâmetros sobre a comunicação final e concluíram que somente 7% daquilo que falamos depende das palavras. As variações da voz são responsáveis por 38% e 55% é transmitido por meio da comunicação corporal.
Quando nós falamos, obviamente, não pensamos nessa divisão. Tudo ocorre de uma maneira não consciente. Mas o “casamento” entre a comunicação verbal e a não verbal é essencial para uma boa comunicação e pode nos ajudar muito em nossas relações profissionais e pessoais. . Pra facilitar essa tarefa, eu separei quatro dicas em campos da comunicação não verbal que, costumeiramente, impactam bastante nossa comunicação e podem levar a interpretações errôneas. Olha só:
- Valorize o visual: Roupa, cabelo e maquiagem devem estar de acordo como seu biotipo, idade, temperamento e ocupação profissional. Prefira roupas que melhor se adaptem a suas características pessoais e ao ambiente onde está.
- Corrija sua postura: Uma postura ereta e tensa demais pode transmitir arrogância e pouca flexibilidade. Queixo para cima, também. Já uma postura completamente relaxada pode revelar desleixo. Manter os pés entreabertos ou com um deles colocado a frente ajuda a manter a estabilidade do corpo enquanto falamos. Relaxe os ombros, mas mantenha a coluna ereta. Se tiver que falar sentado, nunca se deixe relaxar completamente na cadeira. Apóie os braços de forma confortável para ter liberdade de movimento ao se expressar. Projete o tronco um pouco para frente e incline levemente a cabeça. Isso facilita a empatia. Evite cruzar os braços ou inclinar o tronco para trás, pois revelam distanciamento do assunto.
- Sinta-se confortável ao caminhar: A maneira com que caminhamos também revela nosso grau de insegurança e ansiedade. Utilize passos e ritmo moderados, mantenha os ombros alinhados e os braços soltos e olhe sempre adiante, ao caminhar. Evite caminhar olhando para o chão ou para o alto.
- Fique atento as suas expressões faciais; Nosso rosto é o foco principal num contato interpessoal. Costumamos dividi-lo pela metade: a superior, onde estão os olhos e a inferior, onde está a Mantenha o equilíbrio do tônus, evitando pontos de tensão excessiva tanto na parte superior (testa, sobrancelhas) quanto na região da boca. Evite passar as mãos sobre os lábios ou sobre o nariz. Esses gestos são freqüentemente associados à mentira e podem comprometer a credibilidade da sua fala.
Boa sorte!